Há pelo menos três meses os jornais não falam de outra coisa a não ser a tal crise do sistema financeiro. O banco “fulano de tal” quebrou, a montadora X vai fechar as portas, cidadãos americanos perderam suas casas, não há empregos. Os economistas se revezam nas entrevistas para aconselhar-nos, mas o que eles falam, sem falsa modéstia, todos nós já sabíamos: “É preciso ter cautela. Cuidando com as prestações. Os juros são exorbitantes...”. Parece que o mundo vai entrar em concordata, preparando-se para declarar falência.
Por aqui, na terra do “em se plantando tudo dá”, os governantes se comportam como adolescentes. Num dia, o presidente vem a público e diz para gastar: “Tem de gastar mesmo. Com muito dinheiro circulando, evitaremos a recessão, salvaremos os empregos e movimentaremos a economia”. No outro, com o mesmo terno azul e a barba branca de sempre, o conselho, em tom sereno e paternal, é: “Tem que ter um pouquinho de juízo. Não se pode comprar tudo”. No que diz respeito à análise da dimensão da crise, a coisa não é muito diferente, não. O mandatário maior da pátria, no comecinho do problema, disse que a crise chegaria aqui como “um ventinho”, quase uma brisa. Agora já admite que “a coisa tá parecendo uma leve tempestade”. Como assim, leve tempestade? O que é isso? Essa é da mesma lavra do “grite baixo, por favor”.
Independentemente do alcance da crise e dos seus efeitos, há algo de meritório nela. Ela nos faz rever algumas de nossas práticas à luz de nossas teorias. Fica claro que a palavra teoria está sendo usado no lugar de “doutrina”. Pois bem, comecemos com a oração que Jesus nos ensinou. Nela, pedimos que o pão de cada dia seja dada “a cada dia”. Na prática, queremos mais do que pão (alimento). A cada dia gastamos nossos recursos adquirindo pão, cd, roupa, livro, som, brinquedo, jóia, relógio e um montão de coisas que precisamos ou que sequer sabemos para que servem. Mas temos em casa!
E a doutrina da Providência? Ela ensina que Deus vê e cuida de todas as nossas necessidades. Mas como Ele faz isso? Há quem jure que anjos descem do céu e aplicam uma injeção com antibióticos em sua coluna (também pode ser no pé, no braço, na mão), enquanto o pastor (outro, não eu) estava orando! Também crêem que Deus manda anjos depositarem dinheiro nas suas contas bancárias, fechar a boca de cachorro bravo, empurrar carro (“quando a gasolina acabou, ainda andamos cinco quilômetros, oh glória!”), sortear o nome premiado na rifa e coisas afins. Mas é assim que Deus age providencialmente?
Biblicamente, a resposta é não. Deus cuida de nossas necessidades através de nós mesmos. Alguém disse que não devemos orar para que Deus resolva nada, se não estivermos dispostos a fazer parte da resposta divina. A Bíblia está cheia de diretrizes para que ajudemos uns aos outros, para que auxiliemos as viúvas e os órfãos, que deixemos cair espigas de milho para saciar a fome dos desamparados. Contudo, deve-se admitir, com vergonha, que a prática da igreja tem sido outra. Os cristãos têm se tornado egoístas, não demonstrando solidariedade com os carentes. E os crentes ambiciosos? Estão sempre desafiando a Deus, colocando o dedo em Seu rosto (?), exigindo que as “portas do céu sejam abertas” e que tenham prosperidade e saúde, prosperidade e saúde...
O Senhor Jesus disse que devemos nos inquietar com as ansiedades da vida. Ele sabe do que precisamos antes de pedirmos: “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas” (Mt. 6.31-32). Na teoria, cremos; na prática, vivemos assim?
A crise está aí. É real e é bom que tenhamos prudência. Somos filhos da Luz e, como tais, devemos viver de forma digna da nossa vocação (2 Ts. 1.11). Não precisamos de economistas ou de presidentes, nem de apresentadores nem de conselheiros, para nos ensinar o que aprendemos nas Sagradas Escrituras: Confiar em Deus e viver de forma sóbria, contentar com o que temos recebido, prover aos órfãos e às viúvas e ser gratos a Deus por suprir cada uma de nossas necessidades (Fp. 4.19).
Por aqui, na terra do “em se plantando tudo dá”, os governantes se comportam como adolescentes. Num dia, o presidente vem a público e diz para gastar: “Tem de gastar mesmo. Com muito dinheiro circulando, evitaremos a recessão, salvaremos os empregos e movimentaremos a economia”. No outro, com o mesmo terno azul e a barba branca de sempre, o conselho, em tom sereno e paternal, é: “Tem que ter um pouquinho de juízo. Não se pode comprar tudo”. No que diz respeito à análise da dimensão da crise, a coisa não é muito diferente, não. O mandatário maior da pátria, no comecinho do problema, disse que a crise chegaria aqui como “um ventinho”, quase uma brisa. Agora já admite que “a coisa tá parecendo uma leve tempestade”. Como assim, leve tempestade? O que é isso? Essa é da mesma lavra do “grite baixo, por favor”.
Independentemente do alcance da crise e dos seus efeitos, há algo de meritório nela. Ela nos faz rever algumas de nossas práticas à luz de nossas teorias. Fica claro que a palavra teoria está sendo usado no lugar de “doutrina”. Pois bem, comecemos com a oração que Jesus nos ensinou. Nela, pedimos que o pão de cada dia seja dada “a cada dia”. Na prática, queremos mais do que pão (alimento). A cada dia gastamos nossos recursos adquirindo pão, cd, roupa, livro, som, brinquedo, jóia, relógio e um montão de coisas que precisamos ou que sequer sabemos para que servem. Mas temos em casa!
E a doutrina da Providência? Ela ensina que Deus vê e cuida de todas as nossas necessidades. Mas como Ele faz isso? Há quem jure que anjos descem do céu e aplicam uma injeção com antibióticos em sua coluna (também pode ser no pé, no braço, na mão), enquanto o pastor (outro, não eu) estava orando! Também crêem que Deus manda anjos depositarem dinheiro nas suas contas bancárias, fechar a boca de cachorro bravo, empurrar carro (“quando a gasolina acabou, ainda andamos cinco quilômetros, oh glória!”), sortear o nome premiado na rifa e coisas afins. Mas é assim que Deus age providencialmente?
Biblicamente, a resposta é não. Deus cuida de nossas necessidades através de nós mesmos. Alguém disse que não devemos orar para que Deus resolva nada, se não estivermos dispostos a fazer parte da resposta divina. A Bíblia está cheia de diretrizes para que ajudemos uns aos outros, para que auxiliemos as viúvas e os órfãos, que deixemos cair espigas de milho para saciar a fome dos desamparados. Contudo, deve-se admitir, com vergonha, que a prática da igreja tem sido outra. Os cristãos têm se tornado egoístas, não demonstrando solidariedade com os carentes. E os crentes ambiciosos? Estão sempre desafiando a Deus, colocando o dedo em Seu rosto (?), exigindo que as “portas do céu sejam abertas” e que tenham prosperidade e saúde, prosperidade e saúde...
O Senhor Jesus disse que devemos nos inquietar com as ansiedades da vida. Ele sabe do que precisamos antes de pedirmos: “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas” (Mt. 6.31-32). Na teoria, cremos; na prática, vivemos assim?
A crise está aí. É real e é bom que tenhamos prudência. Somos filhos da Luz e, como tais, devemos viver de forma digna da nossa vocação (2 Ts. 1.11). Não precisamos de economistas ou de presidentes, nem de apresentadores nem de conselheiros, para nos ensinar o que aprendemos nas Sagradas Escrituras: Confiar em Deus e viver de forma sóbria, contentar com o que temos recebido, prover aos órfãos e às viúvas e ser gratos a Deus por suprir cada uma de nossas necessidades (Fp. 4.19).
Rev. Renato Arbués.
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