Nos últimos dias, nossa cidade foi agitada com os boatos de que o prefeito eleito, Paulo Machado, poderia perder o mandato. Os motivos, segundo o advogado da outra coligação (em entrevista ao Jornal Canal Aberto, da rádio Caraíba), seriam o uso indevido do programa “Bolsa Família” e o toque do jingle – num período proibido pela Lei Eleitoral – da campanha do PT num evento no distrito de Carrapichel. A decisão da Justiça Eleitoral sairá nos próximos dias.
Nesta pastoral, não discutirei a responsabilidade deste ou daquele. Isso está além de minha competência. Vamos, entretanto, tomar as atitudes dos dois grupos políticos como emblemático do comportamento humano. O que está implícito nessa disputa? O que motiva ambos os lados: um para continuar no poder; outro, para tomá-lo? Ora, a eterna luta pelo poder. Uns lutam para conquistá-lo, enquanto outros o defendem a todo custo. Será o poder algo tão bom assim?
Você, com certeza, conhece o famoso ditado “o poder corrompe”, atribuído por uns a Nicolau Maquiavel; outros, no entanto, juram de pés juntos que o autor foi um tal de Lord Acton. Quem quiser enviar carta com a resposta, sinta-se à vontade. O que há de certo, é que o poder, na maioria das vezes, tanto corrompe quanto revela.
O poder corrompe? Corrompe, você dirá, apenas algumas pessoas. Que tipo de pessoa é corrompida por ele? A Bíblia menciona alguns, entre eles os avarentos. Estes não herdarão o reino dos céus (1 Co. 6.10). A avareza está relacionada ao desejo sórdido e excessivo pelo dinheiro. Poderíamos igualar poder e dinheiro? Trata-se da mesma coisa? Talvez sim, talvez não. Nem todas as pessoas têm como objetivo de vida a riqueza. Há quem deseje o poder pelo amor ao poder, ao status por ele conferido. Nossa sociedade está cheia de gente assim, são as chamadas celebridades.
Se você perguntar o que é ou o que faz uma celebridade, eu direi: “Tá aí uma questão difícil de responder”. Umas só aparecem na televisão, em programas de entretenimento (?), como Big Brother e congêneres. Outros “cantam”, outros dançam. Há os que casam e outros que brigam. Sem falar nos que posam nus. E há os políticos, os secretários, os diretores. Enfim, os poderosos. Ou você acha que poderosos não são celebridades? Eu fico com a definição que ouvi certo dia de alguém de quem não me recordo o nome: “celebridade é quem consome a si mesmo”. Perfeita definição. O que alimenta uma celebridade? Ela mesma, sua imagem, a “admiração” que os “fãs” declaram ter por ela. Pobres celebridades, corrompidas pelo poder e suas conseqüências.
Mas o poder é também revelador. Ele não é apenas o agente deformador de caráter. Por vezes ele é somente a luz lançada nas trevas da personalidade. Um sábio disse: “Quer conhecer uma pessoa? Dê-lhe poder!”. O Zé de ontem, hoje é o Sr. José. Por que a mudança? Exigência dele. Sinal de respeito. O Jão de outrora, uma vez deputado, será o Excelentíssimo Sr. João (com dois “os”). Lembra da Mariinha, aquela de vestido de chita, que vendia bolo? Pois é, “tirou um deploma” e hoje é a Dona Maria das “tantas” (seu sobrenome). Pergunta: O que mudou foi a essência ou a aparência dessas pessoas fictícias?
A contraposição a tudo isso é encontrada nas páginas das Escrituras Sagradas. Lá, os exemplos que temos são de homens e mulheres que tinham tudo para serem reverenciados e adorados pelos demais mortais, mas preferiram a humildade. Homens como João Batista, que ao receber a pergunta almejada por muitos, como a deixa para se vangloriarem, respondeu apenas: “Convém que Ele (Jesus) cresça e que eu diminua” (Jo. 3.30). Graças a Deus, a história das grandes realizações humanas está repleta de personagens secundários, cuja participação nos eventos históricos foi decisiva.
Aliás, o autor de Hebreus, após mencionar alguns nomes de heróis da fé, conclui o parágrafo destacando os gigantes de Deus, “homens dos quais o mundo não era digno” (Hb. 11.38), gente de quem sequer sabemos os nomes, mas que receberam a maior das recompensas: o prazer de Deus.
Tomara que os que disputam o poder de nossa cidade estejam a, pelo menos, meia altura dos homens que realmente fizeram a diferença. Tomara que o poder não corrompa o ganhador - seja quem for - e nem o revele muito diferente do que julgamos.
Deus nos abençoe.
Nesta pastoral, não discutirei a responsabilidade deste ou daquele. Isso está além de minha competência. Vamos, entretanto, tomar as atitudes dos dois grupos políticos como emblemático do comportamento humano. O que está implícito nessa disputa? O que motiva ambos os lados: um para continuar no poder; outro, para tomá-lo? Ora, a eterna luta pelo poder. Uns lutam para conquistá-lo, enquanto outros o defendem a todo custo. Será o poder algo tão bom assim?
Você, com certeza, conhece o famoso ditado “o poder corrompe”, atribuído por uns a Nicolau Maquiavel; outros, no entanto, juram de pés juntos que o autor foi um tal de Lord Acton. Quem quiser enviar carta com a resposta, sinta-se à vontade. O que há de certo, é que o poder, na maioria das vezes, tanto corrompe quanto revela.
O poder corrompe? Corrompe, você dirá, apenas algumas pessoas. Que tipo de pessoa é corrompida por ele? A Bíblia menciona alguns, entre eles os avarentos. Estes não herdarão o reino dos céus (1 Co. 6.10). A avareza está relacionada ao desejo sórdido e excessivo pelo dinheiro. Poderíamos igualar poder e dinheiro? Trata-se da mesma coisa? Talvez sim, talvez não. Nem todas as pessoas têm como objetivo de vida a riqueza. Há quem deseje o poder pelo amor ao poder, ao status por ele conferido. Nossa sociedade está cheia de gente assim, são as chamadas celebridades.
Se você perguntar o que é ou o que faz uma celebridade, eu direi: “Tá aí uma questão difícil de responder”. Umas só aparecem na televisão, em programas de entretenimento (?), como Big Brother e congêneres. Outros “cantam”, outros dançam. Há os que casam e outros que brigam. Sem falar nos que posam nus. E há os políticos, os secretários, os diretores. Enfim, os poderosos. Ou você acha que poderosos não são celebridades? Eu fico com a definição que ouvi certo dia de alguém de quem não me recordo o nome: “celebridade é quem consome a si mesmo”. Perfeita definição. O que alimenta uma celebridade? Ela mesma, sua imagem, a “admiração” que os “fãs” declaram ter por ela. Pobres celebridades, corrompidas pelo poder e suas conseqüências.
Mas o poder é também revelador. Ele não é apenas o agente deformador de caráter. Por vezes ele é somente a luz lançada nas trevas da personalidade. Um sábio disse: “Quer conhecer uma pessoa? Dê-lhe poder!”. O Zé de ontem, hoje é o Sr. José. Por que a mudança? Exigência dele. Sinal de respeito. O Jão de outrora, uma vez deputado, será o Excelentíssimo Sr. João (com dois “os”). Lembra da Mariinha, aquela de vestido de chita, que vendia bolo? Pois é, “tirou um deploma” e hoje é a Dona Maria das “tantas” (seu sobrenome). Pergunta: O que mudou foi a essência ou a aparência dessas pessoas fictícias?
A contraposição a tudo isso é encontrada nas páginas das Escrituras Sagradas. Lá, os exemplos que temos são de homens e mulheres que tinham tudo para serem reverenciados e adorados pelos demais mortais, mas preferiram a humildade. Homens como João Batista, que ao receber a pergunta almejada por muitos, como a deixa para se vangloriarem, respondeu apenas: “Convém que Ele (Jesus) cresça e que eu diminua” (Jo. 3.30). Graças a Deus, a história das grandes realizações humanas está repleta de personagens secundários, cuja participação nos eventos históricos foi decisiva.
Aliás, o autor de Hebreus, após mencionar alguns nomes de heróis da fé, conclui o parágrafo destacando os gigantes de Deus, “homens dos quais o mundo não era digno” (Hb. 11.38), gente de quem sequer sabemos os nomes, mas que receberam a maior das recompensas: o prazer de Deus.
Tomara que os que disputam o poder de nossa cidade estejam a, pelo menos, meia altura dos homens que realmente fizeram a diferença. Tomara que o poder não corrompa o ganhador - seja quem for - e nem o revele muito diferente do que julgamos.
Deus nos abençoe.
Rev. Renato Arbués.
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